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FILMES

ESTRELA DO NORTE

Título Original: Northen Lights

Ano: 1979

País: EUA

Realizador: John Hanson e Rob Nilsson

    Actores:

Minutos:

Resumo:

Vencedor da «Câmara de Ouro» de Cannes em 1979



    Critícas dos visitantes do Site:





    Título do filme Nome do crítico Cidade Data da Crítica
    Estrela do Norte Ricardo Costa Pinho ------- 9/25/2002

    Vencedor da «Câmara de Ouro» de Cannes em 1979, Northen Lights (Estrela do Norte) foi realizado, escrito, produzido e montado por John Hanson e Rob Nilsson, que se estrearam com este filme na longa metragem. De produção independente, com apoios locais de entidades governamentais e culturais do estado do Dakota do Norte, onde a história do filme ocorre, e distribuição igualmente independente, este filme propõe-se a narrar a história da formação de uma liga de trabalhadores agrícolas, a «Nonpartisan League». A história passa-se nos anos 10, antes da primeira guerra mundial, e é recordada por um amigo do protagonista, que no início do filme –a actualidade- recorda as memórias de Ray Sorensen e faz o filme voltar atrás no tempo para a segunda década do século. A narração desse amigo, escrita à máquina, estará presente durante todo filme através da inserção dos intertítulos que, pausando a descrição cinematográfica e marcando a separação entre os capítulos do filme, avança na narrativa abreviando e descrevendo acontecimentos sociais e políticos demasiadamente complexos (e dispendiosos) para colocar em tela num único filme de baixo orçamento. (Este recurso faz-me lembrar a técnica «ob scena» do teatro grego, em que um actor descrevia oralmente certas acções impossíveis de por em cena, como uma cidade romana a arder). A história do filme é minimalista, mas tem um alcance muito vasto. O pano de fundo é a depressão económica do início do século, e o alastramento do pensamento socialista pelo mundo. O argumento tem como matéria-prima os factos históricos desconhecidos do público em geral, mesmo o norte americano como é indicado no genérico do próprio filme, da formação da Liga devido à exploração dos imigrantes do norte da Europa por parte das grandes empresas urbanas americanas, como os bancos e distribuidores de cereais. Há quem defenda que os temas sociais estão esgotados, o que não só não é a minha opinião como este filme prova que há sempre mais uma forma diferente de se retratar o tema do capitalismo. Ray Sorensen é um agricultor com consciência política e económica que se decide revoltar com a exploração comercial do seu trabalho. Assim, ele parte numa viagem pelos campos para convencer outros agricultores a juntarem-se à sua liga pela luta dos seus direitos, tentado derrubar as desconfianças pela Liga e o medo das represálias dos grandes capitalistas, que exigirão hipotecas e deixarão de comprar as suas colheitas. Enquanto Ray vai progredindo e cativando trabalhadores que relutantemente se vão associando à Liga, Ray encontra a oposição sentimental da sua esposa, que não quer que este a abandone pelo activismo político. Sem o recurso a efeitos dramáticos, a história vai avançando lentamente, com progressos incrementais, imagens paradas que pontuam o filme e dão um tom de época com a sensação de estarmos a folhear um álbum fotográfico, com voz-off e intertítulos para acelerar a narrativa, até o momento, aparentemente final, em que a Liga perde as eleições locais. E, surpresa para a maioria dos espectadores que não conhecem os factos históricos, logo de seguida é confirmada a vitória. O som, talvez por ter sido montado numa mesa de corte e não num equipamento não-linear computadorizado, é menos perfeito, com cortes abruptos da banda sonora na mudança de planos. Ao contrário da actuação, sem margem para improvisos devido a um controlo de custos apertado, a imagem é filmada livremente, com uma insistência nos grandes planos intervalados com planos mais aproximados das pessoas. Esta parece-me ser a forma de comparar a grandeza da natureza das paisagens, com a natureza dos homens e mulheres, numa terra de contrastes. E de contrastes também se fazem as composições do filme, com zonas bem iluminadas e zonas escuras equilibradas no mesmo plano, mostrando um trabalho sobre a iluminação natural. A opção dos 35 mm a preto e branco não só é mais uma consequência de um filme de baixo orçamento, como me parece ser uma opção deliberada de dar um tom documental de época ao filme já que, passados uns minutos depois de ter começado a ver o filme, me esqueci de estar a ver um filme de 1978 e ter sido transportado para a década de 1910 apenas pelo tom da imagem. Estrela do Norte é um filme único, sobre grandes homens numa grande paisagem.





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