UM MUNDO DE CINEMA, MÚSICA, TV E BANDA DESENHADA

Posters Tamanho Grande // Miniposters // Posters Originais Cinema // Fotografias 15x10cm // Fotografias 25x20cm// Photosets // Postais // Autocolantes // Pins // Portachaves// Livros de/e Sobre Cinema // Banda Desenhada

Bem vindo à nossa base de dados de filmes

FILMES

VIDOCQ

Título Original: Vidocq

Ano: 2001

País: França

Realizador: Pitof

    Actores:

  • Gerard Depardieu

  • Guillaume Canet

  • Inés Sastre

  • Isabelle Renauld

Minutos: 100

Resumo:

1830, Paris, 3 aristocratas morrem. Um investigador famoso, Vidocq, toma o caso em mãos e a partir daí o perigo e a incerteza são uma constante.



    Critícas dos visitantes do Site:





    Título do filme Nome do crítico Cidade Data da Crítica
    Vidocq Ricardo Costa Pinho ------- 9/25/2002

    Vidocq foi escrito pelo mesmo argumentista de «Os Crimes dos Rios Púrpura» (Les Rivières Pourpres) Jean-Christophe Grangé, e realizado por Pitof, supervisor de efeitos especiais de filmes como «Alien Ressurrection», «Irmandade do Lobo» ou «Cidade das Crianças Perdidas» e estreante como realizador com este filme. Foi nomeado como melhor filme no festival de cinema fantástico de Bruxelas, e vencedor de melhores efeitos especiais no Fantasporto 2002. Baseado na personalidade real de um ex-polícia e ex-condenado tornado detective, e colocando a história na época da Revolução Francesa, Pitof leva para as salas de cinema uma história que já tinha sido levada para televisão nas séries «Les Nouvelles aventures de Vidocq». É uma história de investigação, num clima de fantasia e sobrenatural. Uma mistura de dois géneros. O enredo é clássico, contado em flashback, de investigação, que me parece entendido por Pitof como apenas uma desculpa, ou um mal necessário, para que ele possa dar largas às suas ideias de efeitos especiais. A primeira impressão que tive ao ver o filme foi imediatamente de estar a ver um telefilme. Não sabia que ia ver um filme digital, mas os primeiros planos, mesmo que às dezenas por minuto e todas manipuladas por computador, não enganam. Como não padecia de um preconceito prévio à minha entrada no cinema acerca do suporte em que foi filmado, e saí de lá com a sensação de ter visto televisão, posso concluir de uma forma mais ou menos imparcial que o digital não é, ainda, verdadeiramente cinema. A profundidade de campo do digital que é enaltecida pelos realizadores e técnicos que trabalham com vídeo (discos rígidos ou cassetes digitais, em oposição a «película») é precisamente uma das grandes causas que fazem com que a imagem pareça menos cinematográfica. A grande profundidade de campo costuma ser útil em notícias de telejornal, mas não em cinema, onde através do foco se pode conduzir o olhar do espectador para um único plano do espaço cénico. É clássico um diálogo de dois actores em diferentes planos ser seguido pelo foco, mantendo sempre fora de foco, por exemplo, um jardim florido do qual apenas nos apercebemos de manchas coloridas. Em digital, temos tudo sempre focado, incluindo os elementos distractivos que estão em fundo. Em película, a profundidade de campo não é necessariamente limitada – fechando a íris e reduzindo ângulo de obturador a grande profundidade de campo pode ser alcançada. A profundidade de campo em película resulta, portanto, da manipulação intencional do director de fotografia, e não do tamanho do CCD da câmara digital. O CCD é o sensor de luz onde a luz é focada nas câmaras digitais. O facto de, devido à actual tecnologia, estes não serem maiores que 8mm torna-os imensamente distintos do trabalho com a película com uma área de 35mm. Eventualmente os CCD terão 35mm e comportar-se-ão, em relação com as lentes, como um fotograma de película 35mm. Mas enquanto que há actualmente centenas de diferentes tipos de emulsão de película, variando em contraste, grão, curvas de reacção à cor, sensibilidade, os CCD medem apenas a luz em valores de 0 a 255 em cada uma das três cores primárias. Toda a expressão visual terá de ser artificialmente adicionada, com degradação de sinal, em pós-produção. Para a captação de rostos, a película é bastante mais agradável ao olhar do que as caras cor-de-rosa, reflexos saturados, e cabelos e detalhes demasiadamente rígidos. Mas é apenas na captação da imagem que o digital é imensamente inferior ao cinema tradicional. Assim que o filme tradicional actual é revelado, é digitalizado para computadores e, depois da pós-produção, imprimido em película novamente. O digital parece-me alterar bastante, se calhar inconscientemente, o modo de funcionamento da equipa de rodagem. Em Vidocq, há uma abundância de planos aproximados e planos de pormenor. É uma característica típica, e necessária, da televisão, em que o produto final será visto em ecrãs domésticos. Os muitos planos aproximados dos rostos, que poderiam vir a ser expressivos, resultam num aspecto de entrevista de reportagem. Até o facto da câmara ser mais leve se revela na imagem, tanto na câmara ao ombro, como na própria colocação da câmara no plano. Enquanto que a imagem de filme apela para a fantasia, a imagem de vídeo apela para a televisão. É uma causa do hábito já que nos habituamos a ver ficção num tipo de imagem, e notícias filmadas em vídeo. Vi um filme -muito bom- «Casamento atribulado» (The Aniversary Party) de Alan Cumming, em DVD antes deste, filmado em digital. Mas neste caso, como o filme (ficção) se passa dentro de uma casa e a história se faz passar por uma cena realista de um dia de celebração baseada nos diálogos entre os personagens, a imagem do vídeo beneficia-o dando-lhe um tom de reportagem. (Se calhar, o facto de o ter visto em DVD na televisão me terá chocado menos). Mas em Vidocq, o filme perde bastante pela perda de imponência e grandiosidade que lhe poderia ser conferido pela película e todo o equipamento pesado de rodagem. O realizador declarou ter-se inspirado em jogos de computador para a estética do filme. De facto, nos primeiros minutos parecemos estar no jogo Quake, com Vidocq percorrendo túneis com tecto negro e em tons cinza e castanhos. Gostei de ver Gerard Depardieu como um super-herói gordo com estilo, destinado a jovens adolescentes. É socialmente correcto. As coreografias das cenas de luta são claramente ao estilo do filme «Matrix», e estilística e tecnicamente não me parecem inferiores. Cada um dos milhares de planos foi manipulado e orquestrado por Pitof na montagem, e parece-me ser este o seu talento, apesar de alguns erros técnicos inevitáveis em quem tem tantos planos para trabalhar (numa cena, o casaco de Etienne varia frequentemente de cor (entre castanho e verde) devido à correcção de cor digital). Parte dos cenários foi criado em 3D, e o céu é claramente produto de pós-produção. Os cenários criados com carpinteiros reais, esses são igualmente excelentes. O guarda-roupa é também excelente e dá um tom de originalidade às cenas de luta. A música é perfeitamente adequada a um filme de acção deste género, com trechos de ópera com ritmo actual, também à semelhança do filme «Matrix». É um filme destinado a uma faixa etária jovem, pelo que talvez o filme lhes deslumbre mais, habituados à linguagem dos jogos de computador. Representa um marco de viragem para o digital, no campo técnico, uma boa prestação de actores num filme de acção «à Hollywood», e uma história de entretenimento que não é má de todo.





    Esperamos a vossa colaboração





    VOLTAR CRÍTICAS DE FILMES

    VOLTAR PAG. INICIAL