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SAINT-CYR
Título Original: Saint-Cyr
Ano: 2000
País: Bélgica/França/Alemanha
Realizador: Patricia Mazuy
Actores:
Isabelle Huppert - Madame de Maintenon
Jean-Pierre Kalfon - Luís XIV
Simon Reggiani - Abade
Jean-François Balmer - Racine
Anne Marev - Madame de Brinon
Nina Meurisse - Lucie de Fontenelle
Ingrid Heiderscheidt - Sylvine de la Maisonfort
Morgane Moré - Anne de Grandcamp
Bernard Waver - Gobelin
Jérémie Rénier - François de Réans
Jeanne Le Bigot - Lucie (criança)
Mathilde Lechasles - Anne (criança)
Argumento - Patricia Mazuy
A partir de uma novela de - Yves Dangerfield
Fotografia - Thomas Mauch
Montagem - Ludo Troch
Música - John Cale
Som - Vincent Arnardi
Mistura - Henri Morelle
Guarda Roupa - Edith Vesperini
Jean-Daniel Vuillermoz
Maquilhagem - Fabienne Bressan
Director de Produção - Jérôme Chalou
Produtor - Helga Bähr
Co.produtor - Diana Elbaum Denis Freyd
Data de Estreia: 19-01-2001
Minutos: 119
Resumo:
No final do século XVII, Anne de Grandcamp e Lucie de Fontenelle, duas raparigas da Normandia, chegam ao Colégio de Saint-Cyr, fundado por Madame de Maintenon para educar as filhas dos nobres arruinados pelas guerras, com o propósito de as tornar mulheres livres. Apoiada por Luís XIV, com quem casara em segredo, Madame de Maintenon oferece às suas duzentas e cinquenta raparigas uma educação lúdica e vanguardista. Anna e Lucie, amigas inseparáveis, deixam-se levar pela promessa de um futuro radioso. Mas Madame de Maintenon chegara à ribalta do poder através de golpes baixos e intrigas que a levaram a temer o inferno. Com a sua escola modelo, ela espera conseguir redimir-se dos erros que cometeu no passado. No entanto dá-se o fracasso no dia em que a corte vai admirar as suas raparigas a representar numa peça de Racine: Maintenon não conseguiu mais do que fazer delas pequenas cortesãs à sua imagem e semelhança. Recorre então a um homem da igreja para repor o Colégio no caminho da pureza, renegando as suas promessas de liberdade. Está disposta a tudo para forçar Deus a abrir-lhe as suas portas. Nesta sua louca iniciativa, Lucie está pronta a segui-la cegamente, mas Anne tentará resistir.
Critícas dos visitantes do Site:
Saint-Cyr, por Patricia Mazuy. No século XVIII, Madamme de Maintenon, interpretada por Isabelle Huppert, cria uma escola para formar jovens raparigas vindas de famílias pobres para uma educação que as leve a posições elevadas normalmente negadas a mulheres. Inicialmente um espaço de livre-pensamento, ao longo do filme vemos que a passagem do tempo traz a M.me de Maintenon o pavor da morte inculcado pelo catolicismo, a indecisão perante as estratégias de educação a seguir, acabando por converter a escola de Saint-Cyr num mosteiro onde o pensamento é proibido.
Sendo Patricia Mazuy uma estreante realizadora no que diz respeito a ficção de longa metragem sente-se que, embora não trazendo nada de novo a nível visual, é uma realização sólida e que desempenha plenamente a narração da história.
A fotografia é bastante boa, com o recurso mínimo a iluminação artificial, o que dá um ambiente realista e adequado à época histórica do filme.
A figuração e caracterização é convincente, pois neste género de filmes é exigida a investigação histórica e uma elaboração a nível da confecção das roupas e acessórios. Os cenários são as imediações de Saint-Cyr e o palácio é o próprio, pelo que a esse nível também não há muito para dizer que não seja a constatação disso mesmo.
Saint-Cyr conta, na minha opinião, com quatro bons actores para as personagens principais. Isabelle Huppert representa muito bem o papel de uma maîtresse à frente do seu tempo que evolui para um fanatismo doentio. As duas jovens protagonistas, embora o facto de serem jovens, mostraram-se aptas a desempenhar os seus complexos papeis de vulnerabilidade e de resistência perante a liderança de M.me de Maintenon, as relações entre elas, e as relações entre cada uma e a sua tutora.
Gostei também do actor de Luís XIV, (apesar de ter um papel secundário a nível de actuação) especialmente da sua voz imponente que se ajusta à imagem do personagem histórico.
Contudo, nas primeiras cenas do filme em que as crianças têm idade entre os cinco anos, sente-se uma má representação por parte das crianças (aponto o dedo para uma falha da direcção de actores não preparada para lidar com crianças), situação que se tornou mais evidente pelo facto de estarem a dizer textos palavrosos e com dialectos arcaicos franceses.
Esperava mais da banda sonora do que uns meros adágios de música de fundo, sabendo que a composição da música esteve a cargo dos Velvet Underground.
No seu conjunto, é um bom filme por ter partido de uma excelente história e tê-la contado convenientemente, e também graças a uma boa actuação.
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
Saint-Cyr
Ricardo Costa Pinho
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9/25/2002
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