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POLLOCK
Título Original: Pollock
Ano: 2000
País: EUA
Realizador: Ed Harris
Actores:
Ed Harris
Marcia Gay Harden
Amy Madigan
Jennifer Connelly
Val Kilmer
Minutos: 122
Resumo:
Um pintor de nome Pollock, alcoólico e atormentado, recebe a visita da pintora Lee Krasner no final de 1941, passando a ser amiga, agente e amante de Pollock.
Critícas dos visitantes do Site:
Pollock é, acima de tudo, um filme biográfico, e como tal toda a atenção do espectador centra-se na vida da personagem e raramente no filme como obra total. A realização esteve a cargo de Ed Harris, que interpreta também o papel principal de Jackson Pollock.
No que diz respeito à análise da interpretação, pelo facto de ser um filme biográfico, a mesma torna-se difícil, pois não me é possível comparar a interpretação com a pessoa real que é representada. Contudo, Ed Harris desempenha com correcção e de uma forma só um pouco estereotipada o papel de um artista problemático, alcoólico, e com baixa auto estima.
Marcia Gay Harden, no papel de Lee Krasner, tem uma presença forte que faz com que o seu papel secundário de adjuvante ganhe uma força que equilibra o filme evitando que este tenha de incluir a presença de Pollock em todos os planos.
Aliás, as críticas que se costumam ler sobre filmes biográficos acerca da obra favorecer, embelezar, compor, enaltecer, difamar, desfavorecer, ou exagerar na descrição e na narração dos personagens parecem-me, pela razão que referi acima de muitos críticos não conhecerem pessoalmente as individualidades que dão origem ao filme, completamente desadequadas. Por esse motivo não vou tecer qualquer comentário desse nível a este filme em concreto.
Há a tendência popular para se assumir que um filme sobre um artista se torna automaticamente um filme artístico. E não é o caso de «Pollock».
O argumento foi baseado num livro biográfico, e partir daí transformado num filme que narra cronologicamente os eventos mais importantes desde que o seu irmão notifica que se alistou no exército até ao momento em que morre num acidente de automóvel, depois de passar pelo apogeu da sua carreira.
É um filme que termina como começa: mostra Pollock deprimido e alcoólico por não suceder no mundo da arte, que depois de se encontrar com a arte e enquanto o seu sucesso dura, vive saudavelmente no campo com a sua companheira, até que os seus quadros deixam de ser o centro das atenções e Pollock volta ao álcool e finalmente se deprime outra vez.
Porque a vida de Pollock é conhecida, Ed Harris deixa que a caracterização do personagem deixe antecipar o que vai acontecer em seguida, evitando os suspenses fáceis que neste caso seriam um entrave à descrição psicológica de Pollock.
O defeito e a qualidade deste filme reside em não explicar tudo. Aparte da sua baixa autoconfiança acerca da sua pintura, não sabemos concretamente a causa do seu alcoolismo e da sua depressão. Não sabemos o que o leva a pintar. Também não entramos em lições de arte, excepto na parte em que ele dá a entrevista à revista Time.
Não explicando a personalidade de Pollock, também não se obtém a empatia por parte do espectador. Mas também não se espera do espectador que se identifique com a personagem principal, um neurótico problemático, mas antes que se acompanhe a sua vida de artista. Este filme sobre artistas não será artístico, nem sequer edutainment, mas antes um documento dramatizado sobre uma individualidade.
A visão da pintura aos «olhos» de uma objectiva, e o registo da tela numa película é problemática. Que o diga Pollock, o pintor, quando, num momento em que vemos um filme sobre um pintor a representar para um filme documentário, se encontra a dramatizar e a exagerar o que ele realmente faz segundo as instruções do documentarista. Talvez esta seja, na minha opinião, uma forma subtil de auto-crítica dentro do próprio filme.
Contrastando com a vida de Pollock, a sua pintura é muito forte. Essa energia é mostrada visualmente na tela cinematográfica, com planos aproximados que fazem com que os gestos rápidos atravessem a totalidade do ecrã, alternados com breves planos afastados. Infelizmente a banda sonora não acompanha essa energia – é apenas uma música suave de fundo que até enfraquece os melhores momentos do filme. Por outro lado, os momentos de silêncio dão profundidade e um tom vago à expressão facial de Pollock quando este se encontra a pensar, a buscar inspiração ou deprimido.
Este é um filme de baixo orçamento mas que, apesar de tudo, é convincente. Isso deve-se principalmente devido a uma excelente actuação por parte de todos os actores em geral.
Sintetizando, e como disse acima, não é nem um filme artístico nem um filme de Hollywood. Contudo é filme sólido, que merece ser visto.
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
Pollock
Ricardo Costa Pinho
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9/25/2002
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