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AMOR CÃO
Título Original: Amores Perros
Ano: 2000
País: México
Realizador: Alejandro González Iñárritu
Actores:
Emilio Echevarría
Gael García Bernal
Minutos: 180
Resumo:
Um triangulo amoroso onde tudo não corre pelo melhor. O que une toda a obra são os canídeos, que são constantes no filme. Esta pelicula teve um estrondoso exito em todo o mundo e foi aclamada como uma das mais inovadoras obras dos últimos tempos.
Critícas dos visitantes do Site:
Vencedor do Fantasporto 2001 e do prémio da crítica de Cannes 2000, Amores Perros é uma visão contemporânea do México urbano, contada por Alejandro González Iñárritu, realizador do filme, e Guillermo Arriaga, argumentista, sob três diferentes pontos de vista.
Os diferentes pontos de vista correspondem a diferentes classes sociais: a classe média mexicana, a alta sociedade, e a de um vagabundo.
Contudo, há dois fios condutores: os cães, e o tempo.
Todas as personagens importantes do filme têm um ou mais cães, reflectindo a personalidade e a posição social do seu dono. A «top model» tem um pequeno cão de raça mimado, o rapaz da classe média tem um cão de luta, e o vagabundo tem vários cães rafeiros.
Cada uma das três histórias decorre durante o mesmo período de tempo, e é no acidente do cruzamento onde todas as personagens se encontram –no mesmo sítio, no mesmo tempo- que mudam o seu destino de uma forma súbita e trágica.
De facto, parece-me que este filme é um filme mais trágico que dramático. Parece que todas as escolhas dos personagens estão condenadas a falhar e a conduzir a um final de desgraça, sem que sintamos a necessidade de sentir tristeza pelo que lhes acontece. Até os cães têm um final trágico.
Falei dos «perros», mas ainda não falei dos «amores».
Os amores desta história são proibidos. Há um amor por uma cunhada, um amor por uma modelo acabada de ver a sua carreira terminada, e o amor de um vagabundo pela sua filha que não o conhece. Mas também, não esqueçamos, os amores que os donos têm pelos seus cães.
A forma escolhida pelo realizador de apresentar as diferentes histórias foi apresentá-las separadamente, dividindo o filme em três partes e voltando atrás no tempo no final de cada uma das histórias.
A estrutura temporal, apesar de não ser original, é perfeitamente adequada ao filme e muito bem trabalhada, revelando logo de início o acidente do cruzamento e retrocedendo para o princípio da história. É também interessante para os espectadores assistir aos cruzamentos entre os personagens durante o filme, apesar de não se conhecerem.
A propósito menciono dois excelentes filmes recentes semelhantes na forma, «Hilary and Jackie» (que conta a história de Jacqueline du Pré sob dois pontos de vista), e «Traffic» (apesar das histórias decorrerem em simultâneo).
Este é um filme sem falhas, com uma música perfeitamente adaptada, que confere ao filme ritmo, elegância, e estilo. A fotografia do filme é fantástica, sublinhando o ambiente urbano da América Latina pretendido, ajudado pela notável caracterização dos personagens e representação dos actores.
Amores Perros é um filme de qualidade, sem nada desfavorável a assinalar.
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
Amor Cão
Ricardo Costa Pinho
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9/25/2002