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O FILHO
Título Original: Le Fils
Ano: 2000
País: Bélgica, França
Realizador: Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
Actores:
Olivier Gourmet
Morgan Marinne
Isabella Soupart
Rémy Renaud
Género: Drama
Minutos: 103
Resumo:
Quem é este rapaz chamado Francis? Por que é que Olivier, que recusou recebê-lo na sua oficina de marcenaria, se dá ao trabalho de o perseguir nos corredores do centro de formação, nas ruas da cidade, no seu prédio? Por que será que se sente tão atraído por ele? Por que será que parece receá-lo tanto?
Critícas dos visitantes do Site:
“O FILHO”, de Luc e Jean-Pierre Dardenne
CLASSIFICAÇÃO: ***** (Excelente)
Esta é já a terceira longa-metragem “de ficção” realizada pelos irmãos
Dardenne. O seu estilo denuncia o campo onde iniciaram a sua carreira de
cineastas. De facto, tanto a nível da temática (que revela sempre
preocupações sociais), como da abordagem técnica (câmara ao ombro, uso de
actores não-profissionais) os seus filmes aproximam-se do universo do
documentário. O resultado são obras hiper-realistas e incómodas.
Em “A Promessa” (1996), o assunto era a imigração clandestina e a exploração
a que são sujeitos aqueles imigrantes. Mas o filme que tornou conhecidos,
mundialmente, os irmãos Dardenne foi “Rosetta” (1999), que ganhou a Palma de
Ouro no Festival de Cannes, uma atribuição que constituiu, na altura, uma
enorme surpresa e que suscitou muitas vozes indignadas. Rosetta (numa
interpretação inesquecível da estreante Emilie Dequenne, vencedora do prémio
de melhor actriz no mesmo festival) era uma mulher-menina quase selvagem (a
câmara foi, muitas vezes, incapaz de acompanhar os seus movimentos
hiperactivos), e o filme foi um pretexto para os Dardenne abordarem a
problemática do desemprego e das dificuldades de integração dos mais
desfavorecidos.
Três anos depois, eis que surge novo filme destes irmãos.
“O Filho” é uma obra admirável!
As primeiras imagens não deixam dúvidas: os Dardenne mantêm-se fiéis aos seu
estilo. Somos colocados numa oficina de carpintaria e, durante alguns
momentos, tudo o que nos é mostrado é a rotina daquela instituição que tem
por função reintegrar delinquentes adolescentes, ensinando-lhes um ofício.
Quando a funcionária administrativa propõe um novo aluno ao instrutor, ele
recusa, alegando falta de vagas, mas começa a espiar aquele rapaz e a
segui-lo... Porquê? A resposta é dada mais tarde, no desenrolar da história.
Eu não vou revelá-la aqui, porque me parece que vale a pena descobri-la no
filme, mas vou avisando que é uma surpresa arrepiante!
Este filme perturbou-me muito! É desconcertante ver um ser humano ter aquela
atitude (como lhe diz a ex-mulher, ninguém faria o que ele decide fazer...),
mas a psique é um território extremamente complexo...! Questionei-me,
enquanto assistia ao filme, se existiria um final verosímil para aquela
história; não me ocorreu nenhum... Os irmãos Dardenne também preferem não
dar uma conclusão e o filme termina de forma algo abrupta. É, contudo, um
dos melhores finais de filme que já vi...!, porque transpira verdade por
todos os poros!
Olivier Gourmet, o actor principal, é magnífico e ganhou, merecidamente, o
prémio de melhor actor na mais recente edição do Festival de Cannes.
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
O Filho
João Pedro Machado
Ermesinde
13/02/2003
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