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HOLLYWOOD ENDING
Título Original: Hollywood Ending
Ano: 2002
País: EUA
Realizador: Woody Allen
Actores:
Woody Allen
Debra Messing
Tiffani-Amber Thiessen
Treat Williams
Téa Leoni
Género: Comédia/Drama
Minutos: 114
Resumo:
Woody Allen escreveu, realizou e é a personagem principal nesta comédia contemporânea. «Hollywood Ending» é sobre um outrora famoso realizador cujo último trabalho é para um executivo de um estúdio (Treat Williams) que namora a sua ex-mulher (Téa Leoni). Logo que começa a trabalhar no que espera seja o seu regresso, o realizador descobre que está temporariamente cego.
Critícas dos visitantes do Site:
“HOLLYWOOD ENDING”, de Woody Allen
CLASSIFICAÇÃO: **** (Muito Bom)
Antes de mais, um “lugar-comum”: Woody Allen não consegue falhar!
Allen foi, durante vários anos, o meu realizador preferido! A sua fase
“finais dos anos 70 (desde “Annie Hall”), toda a década de 80 e inícios dos
anos 90 (até a’ “O Misterioso Assassínio em Manhattan”)” foi genial! Por
trás do humor (que sempre existiu), havia uma ambiência depressiva, outonal,
que comovia e tornava os seus filmes especiais, diria mesmo mágicos! Com uma
realização regularmente irrepreensível, era nos argumentos que se encontrava
o seu trunfo, particularmente nos prodigiosos diálogos. O auge dessa fase
aconteceu, na minha – muito pessoal – opinião, com o admirável “Ana e as
Suas Irmãs”, o melhor filme de Woody Allen e o filme da minha vida!
O “filme-transição” entre aquela fase e a actual foi o “Balas Sobre a
Broadway” (1994), um filme muito bom, onde, contudo, já não existe
encantamento...
Por volta dessa altura, conheci a obra de Eric Rohmer e “traí” Woody Allen,
substituindo-o por aquele realizador francês na primeira posição do top dos
melhores realizadores de cinema!
Desde então, Woody Allen tem mantido o ritmo de 1 filme por ano; sempre
filmes inegavelmente competentes, de enorme bom-gosto, muito bem escritos e
assumidamente cómicos e despretensiosos. É a fase optimista de Woody Allen
(irónico ela surgir na velhice de um homem que tem um medo pânico da
morte...!), que parece ter encontrado finalmente a felicidade! (Os filmes
dirão assim tanto acerca de quem os realiza e escreve?...)
“Hollywood Ending” conta-nos a história de um neurótico realizador de
cinema, Val Waxman (quem mais para o interpretar senão o próprio Woody
Allen) que, durante a rodagem de um filme de grande orçamento, fica cego,
psicossomaticamente (ou seja, não há justificação orgânica para a sua
cegueira), prosseguindo a realização nesse estado, escondendo-o de todos (à
excepção de 3 pessoas). Claro que esta situação motiva episódios
hilariantes, nos quais Woody Allen está à-vontade, quer como argumentista,
quer como actor, quer como realizador.
Para terminar, uma referência à questão levantada no final do filme: a
crítica americana odeia o filme realizado por Val Waxman, enquanto a crítica
francesa adorou aquele filme realizado por um cego! Vou dar a minha
interpretação “intelectualóide” (afinal de contas, sou europeu... ;) ): o
ser cego não implica que a obra criada seja aleatória. Na cabeça de Val
Waxman, o filme fazia sentido. É necessária uma enorme sensibilidade (que
faltará aos americanos, na perspectiva de Allen?...) para compreender a
visão da alma...!
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
Hollywood Ending
João Pedro Machado
Ermesinde
13/02/2003
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