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IRREVERSÍVEL
Título Original: Irréversible
Ano: 2002
País: França
Realizador: Gaspar Noé
Actores:
Monica Bellucci
Vincent Cassel
Género: Drama
Minutos: 95
Resumo:
Irreversível. Porque o tempo destrói tudo. Porque alguns actos são irreparáveis. Porque o homem é um animal. Porque o desejo de vingança é um impulso natural. Porque a maior parte dos crimes fica impune. Porque a perda do ser amado destrói como um raio. Porque o amor é fonte de vida. Porque as premonições não alteram o curso das coisas. Porque o tempo revela tudo. O pior e o melhor. Uma jovem sai de uma festa onde deixa o namorado e o ex-marido. No caminho, é violada por um desconhecido. Enquanto o companheiro decide vingá-la, o ex-marido vai tentar acalmá-la, até ceder também à violência.
Critícas dos visitantes do Site:
“IRREVERSÍVEL”, de Gaspar Noé
CLASSIFICAÇÃO: **** (Muito Bom)
O “filme-maldito” está em exibição em Portugal!
O filme em que a “sex-symbol” Monica Bellucci é violada durante uma única
sequência, sem cortes, de 9 minutos...
Curiosamente, não foi esta cena a que mais me horrorizou. Terrível é a cena
em que a cara de uma das personagens, sempre viva, é brutalmente desfeita,
“martelada” com um extintor de incêndio... Uma imagem horrenda...!
Mas de que trata este filme?
O enredo não podia ser mais simples: o casal de namorados Alex e Marcus
(Monica Bellucci e Vincent Cassel, casal também na vida real) acompanham um
ex-namorado dela, Pierre (Albert Dupontel), um intelectual tímido, a uma
festa, na tentativa de o ajudar a arranjar uma namorada. Lá, Alex zanga-se
com Marcus e sai da festa sozinha. Cá fora, pela dificuldade em atravessar
uma rua com muito trânsito, decide atravessar pelo túnel subterrâneo.
Enquanto percorre o corredor, aparece um homem do outro lado e dá-se a
violação. Marcus e Pierre saem da festa mais tarde e notam um ajuntamento de
pessoas. De súbito, vêem, numa maca, Alex com a face completamente
desfigurada e coberta de sangue. O resto do filme é a vingança: Marcus,
completamente fora dele, e Pierre, durante aquela mesma noite, em busca do
violador de Alex.
Interessante é a forma como Noé conta esta história; ou seja, a narrativa
vai do fim para o princípio, em blocos, sendo que o primeiro bloco é o fim
da história e o último bloco é o princípio. Portanto, começamos por assistir
a um Marcus “com sede de vingança” e só depois, com o retrocesso, é que
assistimos à causa de tudo... Um bocado como em “Memento”. Mas, enquanto em
Memento, este dispositivo servia para nos colocar na pele do protagonista,
que apresentava “perda de memória imediata”, em “Irreversível” serve para
nos fazer ter aquela sensação “se eu não tivesse feito aquilo, esta tragédia
não teria sucedido...”; daí o título do filme... Só que é impossível voltar
atrás e portanto sentimo-nos impotentes perante o que assistimos...
Compreendo que muita gente se irrite com este filme por ser muito
manipulador. Eu próprio não achei piada nenhuma à descoberta que Alex faz na
casa-de-banho no início da história (portanto, fim do filme); não era
preciso ir-se tão longe no sensacionalismo... e mesmo no conservadorismo,
porque a mensagem de “Irreversível” acaba por ser: coitadinhas das pessoas
normais, que são vítimas dos monstros, dos tarados (que, neste caso, até é
um homossexual...), que lhes destroem a vida...!
Apesar de ser um filme fascinante, muito bem feito e com uma música que não
me sai da cabeça (o trecho “Immortal Beloved” da 7ª Sinfonia de Beethoven,
que podemos ouvir também no trailer do filme), não leva as 5 estrelas por
causa da sua mensagem preconceituosa...
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
Irreversível
João Pedro Machado
Ermesinde
09/01/2003
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