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INTERVENÇÃO DIVINA
Título Original: Yadon ilaheyya
Ano: 2001
País: França, Palestina
Realizador: Elia Suleiman
Actores:
Elia Suleiman
Manal Khader
Género: Drama, Guerra
Minutos: 100
Resumo:
Em Nazaré, sob a aparência da normalidade, a cidade está a ficar louca. Um homem, cuja empresa está em perigo, tenta agarrar as coisas, de modo a quebrar o círculo das discussões. Mas só consegue destruir-se a si próprio. Este homem é o pai de E.S. Entretanto, cresce uma história de amor entre um palestino que vive em Jerusalém e uma palestina de Ramallah. O homem - E.S. - divide-se entre este amor e o pai doente, tentando manter os dois vivos. Devido à situação política, a liberdade de movimentos da mulher pára no controlo militar israelita situado entre as duas cidades. Os dois amantes não podem passá-lo e só encontram um pouco de intimidade num parque de estacionamento deserto junto ao posto. Na incapacidade de escapar à realidade da ocupação, o seu desejo vai dar origem a violentas repercussões.
Critícas dos visitantes do Site:
“INTERVENÇÃO DIVINA”, de Elia Suleiman
CLASSIFICAÇÃO: **** (Muito Bom)
É um filme, antes de mais, político (não deixa de ser sintomático que a
Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood tenha recusado a
candidatura deste filme para os óscares, com o argumento de que a Palestina
não é um país, numa clara demonstração de hostilidade contra os
palestinianos, já que é público o apoio incondicional dos E.U.A. à causa
israelita). Elia Suleiman, um palestiniano, encena, à sua maneira, o
confronto israelo-árabe, servindo-se de várias situações quotidianas, quase
todas de carácter humorístico, que lembram Tati, mas também algumas
carregadas de melancolia (como a história de amor entre um palestiniano que
habita em Jerusalém e uma palestiniana que habita em Ramallah – cidades
separadas por uma fronteira guardada por militares israelitas –, só lhes
sendo permitido encontrar-se no parque de estacionamento da fronteira).
“Intervenção Divina” é um filme visual, quase sem diálogos, mas nem por isso
menos tocante. Elia Suleiman consegue imagens deslumbrantes, das quais
destaco aquela em que o alvo humano, uma ninja palestiniana, como forma de
se proteger das balas que são disparadas contra si, rodopia no ar como um
parafuso, deixando as balas a pairar em seu redor...
E deixa, para a História do Cinema, uma cena antológica: um balão vermelho
com a imagem de Arafat é largado pelo protagonista, atravessa a fronteira
pelo ar, perante o olhar incrédulo e desconfiado dos guardas (hilariante o
momento em que um dos guardas telefona para o seu superior para o questionar
se deve abater o balão que está a TENTAR atravessar a fronteira...!),
permitindo que os amantes atravessem a fronteira enquanto os guardas estão
distraídos com o balão. Lindíssimas (e provocantes) as imagens do balão com
a imagem de Arafat a sobrevoar a cidade de Jerusalém, alcançando a Mesquita
de Al-Aqsa, onde não é permitido que Arafat vá.
Título do filme
Nome do crítico
Cidade
Data da Crítica
Intervenção Divina
João Pedro Machado
Ermesinde
09/01/2003
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